quarta-feira, junho 11

me dá um colo ai? can you hold me please?



Eu tenho me sentido cada vez mais inadequada e fora de lugar.
Aqui nos Estados Unidos os brasileiros são diferentes dos brasileiros com quem eu convivi no exterior e no Brasil, em 1900 e bolinha, quando eu ainda morava por lá.
As coisas por aqui são intensas. E paira no ar aquele senso de que você tem obrigação de ajudar todo mundo. E pior que isso, as pessoas te pedem ajuda para coisas banais.
Eu sei, eu sou uma egoista desalmada. Já saquei.
Mas eu só peço ajuda quando estou desesperada, não tenho como fazer sozinha e nem posso pagar. E quando a coisa é importante.
Pergunta pra Yolhi como eu sou boa de ajudar na mudança.Só que não...
E eu tomo cuidado com o espaço dos outros. Ou pelo menos tento.
Aqui, já ouvi coisas do tipo:
- Posso dar uma festa na sua piscina?
- Me dá a chave do seu portão para eu levar meus filhos nadar na sua casa quando você não estiver lá?
- Vou viajar e deixar meus filhos na sua casa ( oi??)
- Amanhã eu tenho cabelereiro - você precisa me levar
- quero ir ao cinema. Vem me buscar?
Coisas banais. Nada de vida ou morte. Todo mundo pode viver sem a chave do portão alheio, sem a carona pro cinema ou pro cabelereiro.
Mas eu me sinto inadequada. Má e dona de um chapeu pontudo.
Apesar de dizer não. E fingir que não tô nem ai.
Terapia ni mim!


I have been feeling more and more out of place. I am not sure why the people I mix and mingle with today are so different from my past interactions.
Brazilians I met here are different from all others I met before.
They are generous. They help each other. They cook for each other and are always doing things together.
Things here are intense. And there is that unspoken rule that everyone needs to help everyone else.
And worse than that, people ask for help as if it was a given.
I know, I'm a heartless selfish bitch. I get it.
But I only ask for help when I'm desperate, I can not do it alone and neither can afford topay someone to do it, and it is life or death.
Ask my friend Yolhi what great help i am when people are shifting houses. I am not. I don't volunteer.
And I try to respect other people's space too.
Here, I've heard things like:
- Can I have a party in your pool?
- Give me the key to your gate for me to take my children swimming in your home when you are not there!
- I'll go on holidays and leave my children at your home (what?)
- Tomorrow I have hairdresser appointment - you need to take me
- I wanna go to the movies. Come and get me.
People ask for help with trivial things. Nothing serious. Everyone can live without the keys to the gate or without a ride to the movies or to the hairdresser.
But I feel inadequate in saying no, even though, that is my answer every time : NO!
I think I should book an extra therapy session. Soon.

7 comentários:

  1. Oh povo folgado, continua dizendo que não e não é vc a inadequada, são eles !!!! Bj

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  2. Felizmente nunca passei por situações desse tipo, é que sou egoísta mesmo e as pessoas já sacaram e não me pedem muita coisa... Mas realmente os brasileiros que encontro aqui na França são bem diferentes dos que eu conhecia no Brasil, as vezes fico meio chateada com isso!

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  3. Isso develop ser coisa de Brasileiro nos USA, nunca passed por isso aqui no Canada. Aqui o Brasileiro se adapta ao jeito canadense de ser, ou seja, te ajudo de bom gosto mas respeite os limites...

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  4. Continua dizendo não para esses tipos de "favores" sem peso na consciência, que abuso dessas pessoas.

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  5. Mas ai não é a "terra da privacidade" ? anyelse, respeito ainda está na moda, e melhor voce continuar com essa politica do nao, sem mais & sem menos. Mande a merda ou ignore se o/a fofa/fofo nao tomar um cha de se mancol

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  6. Auhauaha acho que existe uma linha tênue entre ser educada, cordial e cortês e ser folgada e abusada, hein? Pelamor... que vizinhança é essa? kkk

    K!

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  7. Por aqui não existem folgados. Ou fui eu que corri com todos.

    :)

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