Jantarzinho basico

Eu moro pertinho da ponte da Arabia Saudita em Bahrain. Isso significa que nos finais de semana (quinta e sexta feira na Arabia, sexta e sabado em Bahrain), o transito da minha casa para qualquer lugar, fica insuportavel. Principalmente na quinta, quando as ordas de SAuditas estao invadindo o pais.

Tudo congestionado, aquele pega pra capar qe ninguem merece. A solucao que eu inventei foi fazer jantares pequenos, com seis convidados, todas as quintas.

Isso significa que a gente nao sai de casa, nao enfrenta o inferno e ainda pode beber a vontade, sem medo de ser pego pela policia com o bafometro (aqui o limite de alcool para motoristas e ZERO).

Pois ontem foi quinta. E eu chamei uns amigos que eu amo, pro tradicional jantar da quinta feira.

Iracema e Paulo, Andrea e Abel. Dois casais maravilhosos, engracados e muito queridos.

Geralmente meus jantares sao informais, tranquilinhos, mas ninguem entra na cozinha. A bagunca fica "off limits" pras visitas, eu consigo matre aquele ar de quem etm tudo sob controle, quando a verdade e bem diferente.

Como a Andrea e chiquerrima e me trouxe flores, a coisa saiu do script que eu tinha planejado. Primeiro eu me enrolei procurando um vaso (que acabou sendo uma jarra de suco mesmo), desfazendo o arranjo da floricultura e botando as tulipas na agua e quando me dei conta, a cozinha tinha sido invadida.

Pele de alho, cascas de cebola, aquela zona em cima da mesa e no marmore da pia, nada foi suficiente para intimidar os meus valentes convidados.

Ficamos um tempao ali, conversando, rindo e nos divertindo. E eu cozinhando e tomando red bull. As artes culinarias nao sao o meu forte, nunca enganei ninguem. Mas geralmente eu me concentro no que eu estou fazendo, fico ali na cozinha, com a receita numa amo e o cronometro na outra, tudo muito mecanico, tudo como manda o figurino, digo, o livro de receitas.

Com a festa rolando na minha sagrada cozinha, o arroz vegetariano ficou duro e salgado (nem poe ir pra mesa, o pobre), queimei algumas bruschettas (que a gente raspou com a faca e salvou o que deu) e as batatas do carneiro ficaram semi cruas (comemos assim mesmo, a fome era tanta), so acertei mesmo a salada e a sobremesa que era sorvete da Baskin & Robbins.

Resumindo: errei feio na "cozinhanca" e o que me salvou foi a gentileza e a amizade dos quatro convidados, que fizeram de conta que a vaca nao tinha ido pro brejo e fizeram a noite ser muito agradavel. Todos alunos assiduos da Dona Pina (professora de etiqueta da finada Varig do Brasil)

Fica a licao: se vier jantar aqui na minha casa, venha pela compania - se voce vier pela comida voce esta "F"