segunda-feira, março 14

carona

Cheguei do Egito ontem as 5 da manha. Ainda to meio baleada da viagem, mas fui convidada por uma amiga para ir a um casamento arabe.
CAsamento de uma prima do marido dela.
Voce deve estar se perguntando: entao voce vai de "bicao"? Exatamente.
NAo so vou de bicao, mas a minha mae que esta aqui me visitando tambem vai. Somos portanto uma familia de bicos.
Combinamos que eu iria para a casa da JAmile de taxi, e de la, nos iriamos para a festa.
Eu so sei um jeito de chegar a casa da JAmile, e aqui os enderecos sao muito complicados. Os nomes de rua sao muito compridos, ninguem conhece rua pelo nome, nao tem mapa. E um pega para capar. Mas nao tem erro, eu sei explicar o caminho.
Escola tal, terceiro balao, vira a esquerda, entra na rua entre a casa azuk e vermelha, vira a esquerda - casa da esquina. Nao tem erro.
Fomos.
No meio do caminho descobri que o taxista paquistanes nao fala ingles. E eu nao falo Urdu. Tudo tranquilo, ate que ele pegou uma rua errada, eu ja nao sabia mais o caminho...e tentava explicar para ele o que fazer...
Ele nao entendia patavinas, eu deixei o meu celular em casa (com todos os numeros de emergencia). Quando ele me ofereceu o telefone dele, achei que a minha vida estava salva, ate me lembrar que eu nao sabia o telefone do celular do FAbio, nem da JAmile nem de nenhuma criatura vivente nesse pais.
Entrei em panico. E o taxismetro rolando...e meu dinheiro acabando...
Ai falei pro cara que naofalava e nao entendia o que eu dizia : PARA ! Eu vou descer.
Desci com a minha mae a tira colo - so pra me dar conta que eu estava no meio do nada, vestida pro casamento - com um vestido preto justerrimo, com uma fenda enorme na perna e as costas de fora (lembra que em Sharjah mulher nao pode mostrar nem os bracos? pois braco ali era o de menos)
Comecei a chorar, por que eu nao sabia endereco pra onde eu queria ir, nem o telefone de nnguem, e estava parada na sarjeta sem saber o que fazer.
Nisso, vi um senhor arabe e corri pedir ajuda. Nem sabia ao certo que ajuda eu queria...(lembra? sem numero de telefone ou endereco?)
Exliquei a estoria para ele.
O cara enfiava a mao no bolso, tirava, enfiava outra vez, tirava...tava quase tao nervoso quanto eu ( o fulan arabe, eu quase pelada, na rua, chorando).
Acho que depois de pensar e repensar ele achou que a chance de ir pro inferno muculmano era maior se ele me largasse ali do que se ele pusesse uma mulher (quase pelada) dentro do carro dele.
A alma caridosa me ofereceu uma carona.
Se voce pensar bem, que outra alternativa eu tinha? Era isso ou fiar ai na calcada ate amanhecer...
Botei a minha ame na frente (por que a minha perna estava toda de fora e os arabes sao caretissimos) e ele voltou pra tal escola.
Refez o meu caminho, entrou numa rua errada, zanzou pelo bairro ate encontrar a casa da minha amiga.
ALELUIA!
Desci feliz da vida e fui sassaricar na festa de casamento...

Nenhum comentário:

Postar um comentário